segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Diário da Turma 1976-1986: a história do rock de Brasília / Paulo Marchetti


Para ler o som de Belos e Malditos - Capital Inicial

Os anos 80 foram pródigos para o rock nacional. Especialmente para a cidade de Brasília, que "exportou" para o restante do país diversas bandas de sucesso, como Legião Urbana, Capital Inicial, Plebe Rude, Raimundos e outras.

Mas... como surgiu esse movimento musical em Brasília? Por que a capital federal se tornou o grande centro do rock brasileiro nessa época? Como essas bandas começaram? As respostas para estas e outras questões estão em O Diário da Turma, de Paulo Marchetti, o mais recente lançamento da Conrad Livros.

Marchetti resolveu escrever o livro porque sempre se sentia incomodado quando ouvia que o rock de Brasília começou a partir do primeiro disco da Legião Urbana, em 1984. Não é verdade! Muita coisa já havia rolado.

Em 1976, as publicações começaram a falar de um novo movimento: o Punk. Dez anos depois, Legião Urbana, Plebe Rude e Capital Inicial estavam fazendo sucesso pelo Brasil. Mas o que aconteceu antes dessa popularidade?

A resposta está no Diário da Turma que, como já diz, é um diário recheado de histórias, curiosidades, imagens raras, mapas e muita diversão e informação.

Para que o livro fosse o mais fiel possível aos acontecimentos, Marchetti entrevistou 60 pessoas, reunindo amigos que não se viam há 15 anos. O resultado é uma narração em forma de diário. Ou seja, foram publicadas as versões textuais dos depoimentos de todos os entrevistados, sobre o que aconteceu nas diversas fases desta Turma. São histórias de festas, shows, ensaios, namoros, brigas, arruaças...

Em O Diário da Turma 1976-1987: a história do rock de Brasília músicos famosos como Herbert Vianna e Bi Ribeiro (Paralamas do Sucesso), Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá (Legião Urbana), Dinho Ouro Preto (Capital Inicial), Philippe Seabra e André Mueller (Plebe Rude) e Canisso e Digão (Raimundos) dividem o espaço com pessoas identificadas apenas por seus apelidos da época, como Buticão, Barney, Gão, Chris Brenner, Babu, entre outros. Cada um dá a sua versão para os fatos, numa narrativa leve, agradável e muito divertida.

Além da história da evolução do rock de Brasília, disposta cronologicamente de 1976 a 1986, o livro traz uma relação das bandas preferidas da Turma e uma discografia com tudo que cada um de seus integrantes gravou até 2000. Além de uma árvore genealógica onde mostra todas as bandas e suas formações.

Quer saber como o Aborto Elétrico surgiu? Quer saber como Dinho entrou para o Capital Inicial? Quer saber qual a primeira gravação da Plebe Rude? O exato momento em que a Legião Urbana surgiu? Como eram os primeiros shows? Quer saber o que esse povo todo fazia pela cidade?

O Diário da Turma 1976-1986: a história do rock de Brasília é um documento definitivo não só do rock nos anos 80, mas do próprio cotidiano da juventude da época.

Um comentário:

  1. É muito bom saber que Brasília foi o berço para grandes bandas de rock. Eu me sinto lisonjeada em morar aqui. Mas eu me pergunto? Se as rádios, programas de tvs não derem espaços para as novas bandas, como vai ficar a música daqui uns 20 anos? Bandas como Capital, Raimundos, Pato Fu, Titãs, Paralamas do Sucesso, podem acabar a qualquer momento, assim como algumas outras aí. E como fica?
    É muito chato saber que temos grandes profissionais “camuflados” por falta de espaço, por falta de apoio e incentivo cultural. O Estado pode fazer algo com certeza! O Ministério da Cultura deve criar projetos voltados para novos artistas para que muitos “não morram na praia” ou “fiquem a ver navios”.

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